Aquela vontade toda que eu tinha de escrever, de manter o meu português intacto, está a desaparecer lentamente. Não deve ser assim tão lentamente, visto que a minha determinação na escrita praticamente não existe. É muito triste para mim. Mas na verdade, já não encontro qualquer conforto quando escrevo, as ideias são nulas, já para não referir toda o meu empenho foi diminuindo à medida que recebia mais e mais comentários negativos ao que escrevia. Por muito que tentasse ultrapassar isso e não ligar, todos sabemos que isso não funciona assim.

Basicamente isto serve para explicar a minha tão prolongada ausência. A mais prolongada de sempre, muito certamente. Mas não me sentia com espírito para escrever. Não sei se voltarei a ter esse espírito, essa vontade. Simplesmente não sei. Se, por acaso, não voltar a actualizar o blog, terei imensa pena, mas ao mesmo tempo era algo que já se esperava. Quem me conhece há mais tempo conhece a minha preguiça indomável. Aliás, nem queriam acreditar quando se aperceberam que já escrevo e mantenho o blog há cerca de 5 meses. Enfim…

Obrigada a todos os que foram comentando os meus textos, a todos os que eu fui visitando com mais ou menos regularidade. Realmente foi engraçado partilhar experiências e vidas com todos.

Não vou fazer deste texto uma despedida. Apenas aproveitei para agradecer.

Quem olha para ele, não desconfia de todas as tristezas que o seu olhar carrega. É uma criança cheia de vida, de brincadeiras, de sorrisos, como qualquer outra. Depois, quem se aproxima para conhecer a sua história, percebe como as pessoas podem ser más e egoístas. Tem 8 anos. Não sabe escrever, não sabe ler. Quando lhe pediram para escrever a data no caderno preto, não foi capaz. Disse que ainda não sabia desenhar aquela letra. Aceitável, tendo em conta as voltas que uma criança tão pequena já foi obrigada a dar. Foi-lhe perguntado, então, se tem irmãos. Disse que sim. Quatro. Questionaram qual é o nome do pai. Ele disse “é, não, era”. Confundiu tudo e todos. Pediram-lhe para se explicar. Disse que o pai Miguel tinha morrido. E rapidamente se disponibilizou a explicar como tudo aconteceu. Fez a reconstituição do acidente utilizando três lápis e explicando como os outros carros tinham morto o seu pai. Fala disso com naturalidade. Pediram-lhe que desenhasse o pai. No seu boneco imperfeito notava-se amor. Quando lhe disseram para desenhar também os irmãos, respondeu prontamente que aqueles não eram irmãos dele, porque não eram filhos do pai Miguel. Então explicou que a mãe tinha muitos namorados e, por causa disso, não queria saber dele e não gostava dele. Há uns anos, os avós chegaram à casa onde ele vivia com a mãe, e depararam-se com um menino à beira de morrer à fome. A mãe não quis saber, os avós disseram que não tinham dinheiro para o sustentar. Foi inscrito numa associação. Agora vive como pode, com as lembranças do pai que tanto amou e de uma mãe que nunca se lembrou de se lembrar dele.

Há um tema que muito me tem feito pensar nos últimos tempos: a questão da violência nas escolas. E agora estava a ver as notícias e alguém disse que o problema é o facto de as crianças terem pouco tempo de recreio. Fiquei a reflectir sobre o assunto e acho que concordo.

Mas então, podemos colocar o assunto de outra maneira, pensando no facto de as crianças serem obrigadas a crescer cada vez mais depressa. Os pais de hoje em dia têm cada vez menos tempo para os filhos, muitas vezes, as crianças são obrigadas a cuidarem de si desde tenra idade e passam muito tempo sozinhas. É claro que isso vai obrigá-las a crescer depressa, a deixar de saber o que é brincar num recreio, a fechar-se no mundo dos telemóveis. É um problema grave, este.

Mas depois há os casos dos pais desempregados. Toda a gente sabe que quando uma pessoa está desempregada, há falta de dinheiro, havendo falta de dinheiro as discussões multiplicam-se, havendo discussões, as crianças ficam revoltadas, deixam de saber o que é ser criança, pois são bombardeadas todos os dias com problemas de adultos.Antigamente, os pais não falavam de coisas de adultos à frente dos filhos. Mas hoje, as crianças são postas a par de tudo o que se passa desde cedo.

Concluí que a solução para este problema está em deixarmos as crianças serem crianças. Porque senão, quando elas forem adultas terão uma mentalidade de velhos e então teremos de inventar uma nova faixa etária.

Decidi fazer uma pausa no meu interessante (!) trabalho. Já não escrevo nada há imenso tempo. Mas não tenho tempo. É mesmo verdade, não é uma desculpa esfarrapada.

Já passou praticamente uma semana sobre o concerto no café da Costa de que falei aqui. E foi maravilhoso. Para primeiro concerto não correu nada mal. Nada mesmo. Nunca imaginei sentir o que senti, aquela sensação de saber que estamos a fazer as delícias da assistência, a sensação de ouvir as palmas ainda antes de acabar o último verso, olhar para o público e ver algumas pessoas de olhos fechados a sentir tudo o que a música transmite. Muito bom, mesmo.

E na sexta-feira vamos actuar na faculdade, numa onda mais jazz e fusion. Como é evidente, ando em ensaios e daí não ter tempo para nada. O trabalho que estou a fazer, tem de se sujeitar a ser feito nos intervalos das aulas e dos ensaios, ou então a estas horas, quando é demasiado tarde para andar a cantar. Enfim… já começo a sentir um cansaço a chegar, mas vai ter de esperar.

Hoje o meu texto não tem nada de profundo nem para grandes reflexões (lol). Acho que os cronómetros (sim, o trabalho é sobre cronometragem de actividades), me roubam a inspiração.

Até breve, assim espero.

O que acontece quando se sente que a paixão está a surgir? E o que se faz quando se sente que essa paixão também surge do outro lado? E como se reage quando essa paixão não é possível, devido a vários factores? Desiste-se? Luta-se? E se lutar implica magoar pessoas que nada têm a ver com o assunto? Às vezes, o mais fácil é, simplesmente, desistir.

phat. Um nome carregado de significados e boa onda. Fica no ouvido muito facilmente e chama a atenção. Pelo menos é o que tenho notado. phat é o nome de uma banda que mistura os sons característicos do rock mais comercial com os acordes inconfundíveis do jazz e da bossa nova. Uma mistura explosiva, diriam muitos. Mas acredito que poucos sejam capazes de a apreciar.

A banda vai estar num café na Costa da Caparica, no dia 28 deste mês, para o seu primeiro concerto, para mostrar ao mundo as suas potencialidades e valores. Quem puder, tente passar por lá. Pintus Café, na avenida marginal da Costa.

Sim, eu faço parte de uma banda. É este o meu projecto secreto, que agora deixou de o ser.

Divulguem!!

imagem retirada da internet

Deixa-me esperar por ti. Não me impeças. Não digas que não adiantará porque eu não vou sequer acreditar. Sei que um dia toda a espera, toda a mágoa e sofrimento que aguento agora, irão desaparecer. Sei que voltarás e trarás contigo aquele sorriso fácil que me enche a alma de cor. Não me importa que digas que não haverá lugar para o regresso. O que importa em mim é que sei que tudo isso não passa de uma mentira que inventaste a ti próprio para esconderes do coração tudo o que ele poderia sentir. Egoísta! Sim, és TU o egoísta e não eu. Foste TU quem pensou apenas no que não poderias sentir e esqueceste aquilo que EU poderia sentir. Foste tu que negaste todos os dias, que te afastaste, que ignoraste tudo o que acontecia quando estávamos juntos. E depois, lançaste tudo isso para trás das costas. Esqueceste tudo o que estava a ser tão bom. E foste embora. Para sempre? Quem sabe o que é para sempre, afinal?

Fui aconselhada a escrever apenas quando sentisse inspiração para o fazer. E era isso que tencionava fazer, mesmo se tivesse algum tempo livre para escrever. Mas o “destino” decidiu trocar-me as ideias e obrigou-me a ter os dias extremamente ocupados, agora. Mal paro em casa. Eu gosto bastante de andar ocupada, não me estou a queixar. Apenas estou a justificar a minha tão alargada ausência. Na verdade, nem tenho nenhum tema específico sobre o qual escrever, apenas tive uma vontade estranha de começar a digitar qualquer coisa.

Pois é, mas estou mesmo metida num projecto. Não vou revelar do que se trata porque, para além de ser ligeiramente segredo, não quero que algumas pessoas que conheço venham aqui ler para depois começarem a gozar comigo, como já fizeram com alguns textos que aqui publiquei anteriormente. Já conheço aquela velha máxima da dor de cotovelo, mas ainda assim, prefiro jogar pelo seguro. E, meus queridos leitores tão críticos, vão aproveitar para ir dar uma volta enquanto não chove, ou então criem um blog ou algo que vos ocupe.

imagem retirada da internet

    Gestos simples. Sim, gestos simples. Aqueles que sempre aguardei. Aqueles gestos que nos fazem sentir especiais, mesmo que de uma maneira humilde. Hoje, de quem não esperava.

    Mas tens razão, não é preciso uma data especial, nem um motivo, nem uma ocasião para se tornar o dia de alguém diferente, mais preenchido, com mais sol, daquele que nos faz sorrir e olhar a vida de frente.

    Obrigada. Vou cuidar dela.

Ao ler um blog que visito regularmente, comecei a reflectir. Reflectir sobre os sentimentos, sobre a sua grandeza e a sua complexidade, sobre a sua forma subtil de nos invadir e sobre o quão difícil é descrevê-los. Porque os sentimentos são algo inquantificável, por muito que tentem comparar-se formas de sentir. Muitas vezes temos de ser confrontados com frases do género “eu acho que gostas mais de mim do que eu de ti” e, efectivamente, é das piores coisas que se pode ouvir. Como é que uma pessoa sabe que aquilo que sente é inferior àquilo que a outra pessoa sente? Será isso possível? Não creio. E por muito que digam que é fácil detectar sentimentos e modos de sentir, na realidade as coisas não são assim. Tudo se constrói com o tempo, tudo amadurece e se torna intenso e eterno. Mas só com o tempo.

imagem retirada da internet

Com o início do semestre nem tenho tido tempo para vir aqui escrever nada. Tenho andado a aproveitar este pouco tempo que tenho para passear e não fazer nada. Como tal, e aproveitando esta maré de preguiça, escreverei alguma coisa com termos quando tiver inspiração.

Sendo a música a minha maior paixão e o meu motivo de fanatismo e vício, decidi finalmente falar dela. E por um bom motivo. Ultimamente tenho andado a descobrir bandas portuguesas e tenho ficado verdadeiramente surpreendida com a grande qualidade que anda por aí, muitas vezes escondida aos olhos da maioria. Posso começar, por exemplo, pelos Clã ou os Toranja que, sendo bastante conhecidos, o são apenas pelas músicas que todos os dias são passadas nas rádios. Mas há uma imensidão de músicas fantásticas que ninguém conhece, infelizmente. Ornatos Violeta. Espero que todos tenham ouvido falar destes senhores que, apesar de já não “existirem”, continuam a maravilhar-nos todos os dias com as sonoridades que tão bem os caracterizam. Falando de zonas mais escondidas do padrão musical português, vou referir alguns nomes que descobri há uns dias e que conseguiram surpreender-me: Terrakota, JP Simões, Balla, Paulo Praça, entre muitos outros. Convido a quem não conhece ou pensa que na música portuguesa não se aproveita nada, a ouvir e a mudar a sua opinião. Eu já mudei.

P.S.: Já agora, deixo um agradecimento a quem, indirectamente, fez crescer em mim o gosto e a curiosidade pela música portuguesa.

Estava a ver as notícias, quando mostram imagens aéreas das zonas mais afectadas pelas cheias. Tive logo a impressão de estar a ter um déjà vu, pois parecia que estavam a mostrar imagens das cheias em Moçambique, há uns meses atrás. Vergonha!! É o sentimento que mais me preenche em relação a este assunto das cheias. Como é possível os responsáveis passarem um ano inteiro dentro dum gabinete ou num quartel, sem nada para fazer e apenas serem recrutados quando é preciso salvar alguém que está desaparecido num rio? Por que razão esses senhores não foram mobilizados mais cedo, quando era necessário limpar sarjetas, ter cuidados com infra-estruturas debilitadas. É triste, mas é este o país onde vivemos.

Assunto chato, este. Não para mim, mas para o senhor de quem vou falar. Eu estava muito sossegada à espera que o comboio partisse, rumo ao meu destino, quando entra um senhor, aí dos seus cinquenta anos, com um ar de grande sofrimento. E eu, que sou um coração mole, pensei que o senhor estaria doente ou assustado com a chuva. O senhor senta-se, estranhamente com as pernas abertas e as mãos à frente do sexo, como que a tapar algo. Mas efectivamente tinha algo a tapar. Eu reparo melhor no que se passava e estava um coisa bem grande (!) dentro das calças do senhor. Pois… eu tentei olhar melhor, mas como já referi, ele tinha as mãos na frente… não sei que lhe aconteceu, realmente. Tenho várias suposições, não sei se é bom revelá-las. Talvez as deixe para os meus honrados leitores.

Não sei o teu nome, nem a tua idade, nem onde vives, nem o que gostas, nem o que detestas. Não sei nada sobre ti. Mas eu vi-te. E tu viste-me. Olhaste para mim demoradamente e eu olhei para ti para te contemplar. Não te conheço mas sei que o destino te vai pôr no meu caminho, Desconhecido.